sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Canto Quarto" de O URAGUAI

Boa tarde, alunos de LB 5,

Esta é a última postagem para avaliação de participação com comentários.

Na aula de quinta-feira, dia 20 de junho, continuaremos a leitura de O Uraguai. Os comentários nesta postagem devem ser sobre o "Canto quarto" do poema de Basílio da Gama.

Também é possível comentar o ensaio "Notas sobre o gênero épico", de João Adolfo Hansen, ainda nesta postagem.

Na aula de sexta-feira, dia 21 de junho, haverá a prova final. As informações sobre a prova encontram-se na postagem abaixo.

Na sexta-feira, o Prof. Hélio Guimarães e eu, Ana Carolina (estagiária PAE), estaremos num plantão para quem optar por fazer o trabalho final.

Bom fim de semana a todos.




quinta-feira, 13 de junho de 2013

SOBRE A PROVA FINAL

SOBRE A PROVA FINAL A prova - opcional em relação ao trabalho - consistirá de cinco questões, das quais você poderá escolher três. As questões tratarão dos seguintes assuntos: 1. A representação dos ameríndios nos séculos XVI e XVII Bibliografia: Seleção de cartas de Manuel da Nóbrega; O auto de São Lourenço, de Anchieta; “A arte das cartas jesuíticas no Brasil”, de Alcir Pécora; “Anchieta ou as flechas opostas do sagrado”, de Alfredo Bosi. 2. Retórica e história em Gregório de Matos e Antonio Vieira Bibliografia: Seleção de poemas de Gregório de Matos; “Cap. I – Um nome por fazer”, pp. 29-103 de A sátira e o engenho, de J.A. Hansen; “Gregório de Matos: poesia e controvérsia”, de Antonio Dimas. In: América Latina: palavra, literatura e cultura, org. Ana Pizarro, vol. 1, pp. 335-357. 3. A lírica árcade: Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga Bibliografia: Seleção de poemas de Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga; “No limiar do novo estilo: Cláudio Manuel da Costa”, de Antonio Candido. In: Formação da literatura brasileira, p. 88-108. “O ideal arcádico”, de Sergio Buarque de Holanda. 4. O Uraguai e a questão da epopeia nacional Bibliografia: “Canto Segundo” e “Canto Quarto” de O Uraguai; “O disfarce épico de Basílio da Gama”, de Antonio Candido. In: Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, pp. 131-140; “A dois séculos d’O Uraguai”. In: Vários Escritos, pp. 161-185. Será permitida consulta da bibliografia para realização da prova, que será no dia 21 de junho, das 8h às 9h40 e das 10h às 11h40.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O Uraguai e "Notas sobre o gênero épico"

Boa tarde, alunos de LB 5,

Esta postagem abre comentários para as aulas de 13 e 14 de junho.

Os textos a serem lidos para a próxima semana são:

- O Uraguai, de Basílio da Gama;

- e "Notas sobre o gênero épico", de João Adolfo Hansen.

Bom fim de semana.

sábado, 25 de maio de 2013

Antonil e Tomás Antônio Gonzaga

Caros estudantes de LB 5,

Esta postagem refere-se às aulas dos dias 05 e 06 de junho. Os textos que serão abordados nessas aulas são os seguintes:

- Trechos de Cultura e opulência do Brasil, de Antonil;

- Seleção de liras de Tomás Antônio Gonzaga.

Os textos encontram-se na pasta do curso.

Comentários podem ser feitos até o dia 04 de junho.

Bom fim de semana e bom feriado a todos!

Os inconfidentes (1972), filme de Joaquim Pedro de Andrade




COM A PALAVRA, JOAQUIM PEDRO DE ANDRADE


"O Tiradentes demorou para tomar proporção dentro do roteiro, o núcleo de partida eram os três poetas. Porque além de termos registrados os seus depoimentos, nos Autos da Devassa, eles escreveram uma série de poesias sobre a Inconfidência. De um lado, um tipo de depoimento um pouco deformado pelo medo, pela pressão do interrogatório. De outro lado a poesia que obedecia em parte a esta motivação, mas tinha um olho muito fixo na posteridade. Gonzaga, por exemplo, várias vezes fala para a posteridade. Eles todos tinham muita consciência do julgamento da história.
No fundo os personagens principais seriam mesmo os três poetas, o filme tem muito da visão interna dos três poetas sobre os acontecimentos. É uma projeção da vida interna deles. Procuramos usar a câmara em alguns momentos como se fosse a posteridade. É para ela que os poetas se confessam".

"A cadeia interferiu na pessoa dos poetas causando uma virada quase de tipo infantil. O inquisidor se confundia com o pai julgador, a rainha com a figura materna. Isto pode se observar muito nos poetas, e praticamente nada em Tiradentes. Ele apenas assume a culpa dele: 'eu ideei tudo sem que ninguém me instigasse'".

"A conspiração aparece reconstituída a partir da cadeia. Os tempos se misturam. Cada uma daquelas reuniões em que os planos se tramavam com amenidade, são agora também um inventário de culpas, somadas nos diálogos, nas atitudes de circunstância. A câmera vai e volta dos salões para as celas. Os espaços se misturam. No mesmo plano os personagens ocupam os salões dos inconfidentes e o confinamento da cadeia, o espaço livre das nascentes do Andaraí, onde tudo começou, e os limites fechados de um plano próximo, cara a cara com o espectador".

"Assim, o trabalho do autor de um filme sobre a Inconfidência parte como um inquérito sobre um inquérito, só que sem torpeza, para chegar ao que nos interessa: um estudo do comportamento dos presos políticos, especialmente intelectuais de formação burguesa. Procurei abandonar a definição convencional dos personagens históricos para procurar a verdade de sua humanidade contraditória, e explicitar constantes modernas da história. O filme coloca a câmera em três tempos cardeais da visão: a hora da morte, o envolvimento do presente (a conspiração e a cadeia) e a frieza da perspectiva histórica, distanciada e implacavelmente crítica. Um filme sem piedade, sem trégua, que é ao mesmo tempo um réquiem comovido, se isso é possível".

Excertos de entrevistas concedidas por Joaquim Pedro de Andrade publicadas no Jornal do Brasil, em 15 de abril de 1972, na Revista do Brasil e em "Depoimento especial".
In: O Cinema de Joaquim Pedro de Andrade, publicado em 1º de agosto de 1976, por ocasião da retrospectiva de Joaquim Pedro organizada pelo Cineclube Macunaíma.

Para conferir dados da ficha técnica do filme, acessem os site da Filmes do Serro, responsável por sua realização:  http://www.filmesdoserro.com.br/film_in.asp 

Referências da palestra do Prof. Dr. Djalma Espedito de Lima

Bom dia, alunos de LB 5,

Abaixo estão as referências bibliográficas da palestra do Prof. Dr. Djalma Espedito de Lima sobre "A poesia de Cláudio Manoel da Costa", no dia 24/05.


REFERÊNCIAS

ABREU, Sylvio Fróes. Recursos minerais do Brasil. 2. ed. São Paulo: Blücher/ Edusp; Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Tecnologia, 1973, v.1.
BACHELARD, Gaston. A Terra e os Devaneios da Vontade: ensaio sobre a imaginação das forças. Trad. Maria Ermantina Galvão. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, 1750-1880. 12. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: FAPESP, 2009.
______. Jagunços mineiros: de Cláudio a Guimarães Rosa. In: Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1970.
FREIRE, Francisco José [CANDIDO, Lusitano]. Arte Poética ou Regras da Verdadeira Poesia. Lisboa: Francisco Luís Ameno, 1748.
HANSEN, João Adolfo. Barroco, neobarroco e outras ruínas. In: Teresa: revista de Literatura Brasileira. São Paulo, n. 2, p. 10-66, 2001.
HANSEN, João Adolfo. Notas sobre o Gênero Épico. In: TEIXEIRA, Ivan (org.). Multiclássicos Épicos. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial, 2008, p. 15-91.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 7. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
______. Os Parceiros do Rio Bonito. 9. ed. São Paulo: Editora 34, 2001.
LOPES, Hélio. Cláudio, o lírico de Nise. São Paulo: Editora Fernando Pessoa, 1975.
 ______. Introdução ao Poema Vila Rica. Juiz de Fora: Esdeva, 1985.
______. Letras de Minas e Outros Ensaios. Seleção e apresentação de Alfredo Bosi. São Paulo: Edusp, 1997.
LUZÁN Y GURREA, Ignácio de. La poética o reglas de la poesía en general y de sus principales especies. [1737]. Barcelona: Labor, 1974.
MARCOVITCH, Jacques. Pioneiros e empreendedores: a saga do desenvolvimento no Brasil - Volume 3. São Paulo: Edusp; São Paulo: Saraiva, 2007.
PALLAVICINO, Sforza. ARTE Dello Stile, […]. Bologna: Giacomo Monti, 1647.
RIBEIRO, João. Carta ao Sr. José Veríssimo sobre a Vida e as Obras do poeta. [out.-1901]. In: PROENÇA FILHO, Domício (org.). A Poesia dos Inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, p. 5-27.
SCHWARZ, Roberto. Os sete fôlegos de um livro. In: Sequências Brasileiras: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
VEGA, Félix Arturo Lope de. El peregrino en su patria [1604]. Madrid: Castalia, 1973.
VOLTAIRE [François Marie Arouet]. Essai sur la poésie épique. In: Ouvres Complétes. Paris: Firmin-Didot Fréres, 1834, tome X.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Cláudio Manuel da Costa

Boa tarde, alunos de LB V,

Os textos a serem lidos para a semana que vem são os seguintes: 

- CANDIDO, Antonio. No limiar do novo estilo: Cláudio Manuel da Costa. In: Formação da literatura brasileira - Momentos Decisivos 1750 a 1880. 12. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul; São Paulo: FAPESP, 2009, p. 88-108. e 2;

- COSTA, Cláudio Manuel da. Vila Rica. Canto IV, versos 1-92.

O segundo texto pode ser encontrado no link a seguir:  https://dl.dropboxusercontent.com/u/78545101/Vila%20Rica%20-%20IV%20%281%29.pdf 

Sintam-se à vontade para comentar os textos da terceira parte do curso, a partir desta postagem.

Bom fim de semana a todos.



sexta-feira, 10 de maio de 2013

"Barroco, neobarroco e outras ruínas"

Caros estudantes de LB 5,

Esta postagem está aberta para ainda fazer comentários referentes à "parte 2" do curso.

Na próxima aula, será abordado o ensaio "Barroco, neobarroco e outras ruínas", de João Adolfo Hansen.

Publicado originalmente na revista Teresa (v. 2, 2001), é possível encontrá-lo em outros periódicos. Um deles é a revista Floema (Ano II, n. 2 A, 2006), que se encontra online.  O link para o texto é o seguinte:  http://periodicos.uesb.br/index.php/floema/article/viewFile/78/85   

Até mais!

SOBRE O TRABALHO FINAL



O trabalho final consiste numa monografia, de 7 a 10 páginas (Times New Roman, 12, espaço 1 e meio), sobre os seguintes assuntos:

1. O jesuitismo e a representação dos ameríndios

Bibliografia: Seleção de cartas de Manuel da Nóbrega; O auto de São Lourenço, de Anchieta; “A arte das cartas jesuíticas no Brasil” e “A conversão pela política”, de Alcir Pécora; “Anchieta ou as flechas opostas do sagrado”, de Alfredo Bosi; “Sobre os canibais”, de Montaigne; “A inconstância da alma selvagem”, de Eduardo Viveiros de Castro; O canibal [especialmente caps. 1 e 4], de Frank Lestringant; A conquista da América (A questão do outro), de T. Todorov.



2. Retórica e história em Gregório de Matos e Antonio Vieira
Bibliografia: A sátira e o engenho, de J.A. Hansen, “Cap. I – Um nome por fazer”, pp. 29-103; O sequestro do Barroco na Formação da Literatura Brasileira, de Haroldo de Campos; “Os sete fôlegos de um livro”, de Roberto Schwarz. In: Sequências brasileiras, pp. 46-58; “Gregório de Matos: poesia e controvérsia”, de Antonio Dimas. In: América Latina: palavra, literatura e cultura, org. Ana Pizarro, vol. 1, pp. 335-357.

3. A lírica árcade: análise comparativa entre um soneto de Cláudio Manuel da Costa e uma lira de Tomás Antônio Gonzaga
Bibliografia: “O ideal arcádico”, de Sérgio Buarque de Holanda. In: Capítulos de literatura colonial, pp. 177-226; “No limiar do novo estilo: Cláudio Manuel da Costa”, de Antonio Candido. In: Formação da literatura brasileira, p. 88-108;
"Estes penhascos - Cláudio Manoel da Costa e a paisagem de Minas", de Sérgio Alcides; Cláudio Manuel da Costa, o letrado dividido, de Laura de Melo e Souza.


4. O Uraguai e a questão da epopeia nacional
Bibliografia: O Uraguai e a fundação da Literatura Brasileira, de Vânia Pinheiro Chaves; “O disfarce épico de Basílio da Gama”, de Antonio Candido. In: Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, pp. 131-140; “A dois séculos d’O Uraguai” e “O Uraguai”, Canto IV, Versos 22-109”. In: Vários Escritos, pp. 161-185; “As sombras das luzes na condição colonial”, de Alfredo Bosi. In: Literatura e resistência, pp. 87-117.


Espera-se que o aluno formule uma questão a partir de um desses assuntos e possa desenvolvê-la e fundamentá-la lançando mão da bibliografia indicada. Para a avaliação serão levados em conta: 1) Pertinência da abordagem escolhida para a questão proposta; 2) desenvolvimento da questão/ argumentação; 3) utilização de bibliografia adequada; 4) relação da abordagem com questões discutidas ao longo do curso; 4) redação.
Os alunos que quiserem tratar de algum outro texto ou assunto não contemplado nas quatro opções acima devem entregar uma pequena proposta de trabalho (dois ou três parágrafos, acompanhados da bibliografia que pretende utilizar e justificativa do interesse pelo assunto a ser abordado) até 24 de maio de 2013, no horário da aula.


A data de entrega do trabalho final é 27/06.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

A prosa de Antonio Vieira

Caros estudantes de LB V,


Nesta postagem, vocês poderão fazer comentários sobre a prosa de Antonio Vieira.
As próximas aulas, nos dias 09 e 10 de maio, serão, em especial, sobre o "Sermão da Sexagésima".
Bom fim de semana a todos.
Até mais!



"Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão-de nascer todos da mesma matéria e continuar e acabar nela. Quereis ver tudo isto com os olhos? Ora vede: Uma árvore tem raízes, tem tronco, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há-de ser o sermão: há-de ter raízes fortes e sólidas, porque há-de ser fundado no Evangelho; há-de ter um tronco, porque há-de ter um só assunto e tratar uma só matéria; deste tronco hão-de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela; estes ramos hão-de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão-de ser vestidos e ornados de palavras. Há-de ter esta árvore varas, que são a repreensão dos vícios; há-de ter flores, que são as sentenças; e por remate de tudo, há-de ter frutos, que é o fruto e o fim a que se há-de ordenar o sermão. De maneira que há-de haver frutos, há-de haver flores, há-de haver varas, há-de haver folhas, há-de haver ramos; mas tudo nascido e fundado em um só tronco, que é uma só matéria. Se tudo são troncos, não é sermão, é madeira. Se tudo são ramos, não é sermão, são maravalhas. Se tudo são folhas, não é sermão, são verças. Se tudo são varas, não é sermão, é feixe. Se tudo são flores, não é sermão, é ramalhete. Serem tudo frutos, não pode ser; porque não há frutos sem árvore. Assim que nesta árvore, à que podemos chamar árvore da vida, há-de haver o proveitoso do fruto, o formoso das flores, o rigoroso das varas, o vestido das folhas, o estendido dos ramos; mas tudo isto nascido e formado de um só tronco e esse não levantado no ar, senão fundado nas raízes do Evangelho: Seminare semen. Eis aqui como hão-de ser os sermões, eis aqui como não são. E assim não é muito que se não faça fruto com eles". 
["Sermão da Sexagésima", de Antonio Vieira (1608-1697). _______. Obras escolhidas, v. XI. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1954, p.228-229].




Óleo sobre tela, 1680 x 1280 mm. Casa Cadaval, Muge, Portugal. Obra de autor desconhecido com a efígie do célebre padre jesuíta, retratado num escritório, com o manuscrito da Clavis Prophetarum, obra deixada inédita e só publicada e traduzida em 2000.
A legenda declara: «Retrato verdadeiro do Reverendo Padre António Vieira da Companhia de Jesus, natural de Lisboa , varão insigne em todas as ciências, e muito mais em virtude, foi de humildade e caridade heróica: em Roma convenceu hereges, na África reduziu nações inteiras, sofreu com suma fortaleza as maiores perseguições. O Papa Clemente X o honrou singularmente na hora em que expirou, apareceu sobre o Colégio da Baía, uma grande luz. Faleceu aos 4 de Julho de 1697 de quase 90 anos de Idade.»
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Padre_Ant%C3%B3nio_Vieira.jpg. Acesso em: 03/05/2013. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Polêmica em torno do Barroco


Olá a todos,

Nesta postagem, abriremos espaço para a discussão, comentário e levantamento de questões sobre polêmicas em torno do Barroco: desde a disputa sobre o lugar que ocupa, até, mais uma vez, à inadequação histórica de algumas de suas abordagens.

Nas próximas aulas, dias 02 e 03 de maio, os seguintes textos críticos fazem parte do horizonte do debate:

- "Um nome por fazer", capítulo de A sátira e o engenho, de João Adolfo Hansen (1988);

- O sequestro do barroco na formação da literatura brasileira: o caso Gregório de Matos, de Haroldo de Campos (1989);

- "Os sete fôlegos de um livro", ensaio de Seqüências brasileiras, de Roberto Schwarz (1999).

Bom fim de semana a todos.















sexta-feira, 19 de abril de 2013

Poesia seiscentista (aulas dos dias 25/04 e 26/04)

Caros,

Está aberta nova postagem para discussão referente às aulas da próxima semana (25/04 e 26/04).

Nesta postagem, o ponto de partida são os seguintes poemas atribuídos a Gregório de Matos: 

- "Aos principais da Bahia chamados os caramurus";
- "Ao mesmo assunto";
- "A Maria dos Povos, sua futura esposa";
- "Terceira vez impaciente muda o poeta o seu soneto na forma seguinte".

Também são bem-vindos comentários sobre os poemas abaixo, dois atribuídos a Gôngora e um a Sor Juana Inês de la Cruz:



Ilustre y hermosísima María,
mientras se dejan ver a cualquier hora
en tus mejillas la rosada aurora,
Febo en tus ojos, y en tu frente el dia,

y mientras con gentil descortesía
mueve el viento la hebra voladora
que la Arabia en sus venas atesora
y el rico Tajo en sus arenas cría (...)

["Ilustre e hermosísima María", de Luís de Gôngora (1561-1627), apud GOMES, João Carlos Teixeira. Petrópolis: Vozes, 1985, p. 62].
 

[...] goza cuello, cabelo, lábio y frente,
antes que lo que fué en tu edad dorada
oro, lírio, clavel, cristal luciente,
no solo en plata o viola troncada
se vuelva, mas tú y ello juntamente
en tierra, en humo, en polvo, en sombra, en nada.

["Mientras por competir con tu cabelo", de Luís de Gôngora; apud GOMES, João Carlos Teixeira. Petrópolis: Vozes, 1985, p. 62]


Este que ves, egaño colorido,
Que del arte el arte ostentando los primores,
Con falsos silogismos de colores
Es cauteloso engaño del sentido;
 
éste, en quien la lisonja ha pretendido
excusar de los años los horrores,
y venciendo del tiempo los rigores,
triunfar de la vejez y del olvido,


es un vano artificio del cuidado,
es una flor al viento delicada,
es un resguardo inútil para el hado:


es una necia diligencia errada,
es un afán caduco y, bien mirado,
es cadáver, es polvo, es sombra, es nada.


[Juana Inês de la Cruz (1648-1695), "Procura desmentir los elogios que a un retrato de la Poetisa inscribió la verdade, que llama pásion"]



Sintam-se à vontade para contribuir comentando a leitura dos poemas. É possível analisar pelo menos um dos poemas acima. Comentários sobre mais de um dos poemas também são bem-vindos. Assim, é possível, igualmente, estabelecer relações entre dois ou mais dos poemas citados. 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Caros estudantes de LBV,

Está aberta nesta postagem a discussão, por meio de comentários, relativa à aula do dia 18/04, quinta-feira da semana que vem.

Os seguintes poemas atribuídos a Gregório de Matos serão analisados na próxima aula: "Queixa-se a Bahia por seu bastante procurador, confessando que as culpas, que lhe increpam, não são suas, mas sim dos viciosos moradores que em si alverga"; "Aos principais da Bahia chamados os caramurus"; "Ao mesmo assunto"; "A Maria dos Povos, sua futura esposa"; "Terceira vez impaciente muda o poeta o seu soneto na forma seguinte".

No caso do primeiro título, o Prof. Hélio lançou uma questão quanto a como se engancham os 10 preceitos desenvolvidos no poema (Romance) e os 10 mandamentos bíblicos, considerando-se a hipótese da função regeneradora ou curativa do texto satírico. 

Outro ponto de partida é comentar o excerto abaixo de "Um nome por fazer", capítulo de A sátira e o engenho, do Prof. João A. Hansen:

"Pressupondo a concepção romântica do poético como expressão e, portanto, prescrevendo o conhecimento do vivido do Autor, o critério da "originalidade" - "autoria", "novidade estética", variantes como "plágio" - revela-se anacrônico, no caso, quando se considera o estilo, no sentido forte do termo, linguagem estereotipada de lugares-comuns retórico-poéticos anônimos e coletivizados como elementos do todo social objetivo repartidos em gêneros e subestilos. Evite-se o estereótipo: "estereotipada" significa aqui, nem mais nem menos, fortemente regrada por prescrições de produção e recepção, não o pejorativo do desgaste dos usos e redundância. Não é "inventiva" - no sentido rotineiro de "expressão esteticamente desviante"  -, mas engenhosa, agudamaravilhosa, no sentido das convenções sociais seiscentistas da discrição cortesã, do gosto vulgar, do engenho agudo e da fantasia poética. Ao poeta seiscentista nada é mais estranho que a originalidade expressiva, sendo a sua invenção antes uma arte combinatória de elementos coletivizados repostos numa forma aguda e nova que, propriamente, expressão de psicologia individual "original", representação realista-naturalista do "contexto", ruptura estética com a tradição etc. Entre tais elementos, a obscenidade está prevista num sistema de tópicas, articulando-se retórica e politicamente nos poemas segundo gêneros, temas e destinatários específicos. Categorias como "pessimismo", "ressentimento", "plágio", "imoralidade", "realismo", "oposição nativista crítica", "antropofagia", "libertinagem", "revolução", que vêm sendo aplicadas por várias críticas desde o século XIX aos poemas ditos da autoria de Gregório de Matos, podem ter algum valor metafórico de descrição de um efeito particular de sentido produzido pela recepção. Não dão conta historicamente, contudo, do seu funcionamento como prática discursiva de uma época que, desde a obra de Heinrich Wölfflin, o século XX constitui neokantianamente como "barroca": como categorias analíticas, são apropriadas antes para o desejo e o interesse do lugar institucional da apropriação que propriamente para o objeto dela. Quando, por exemplo, Sílvio Júlio acusa o "plágio" de Quevedo ou Góngora nos poemas que assume como sendo de Gregório de Matos, é o pressuposto da originalidade romântica que faz com que os tresleia. Quando a recepção concretista os relê e deles isola procedimentos técnicos, autonomizando-os apologeticamente em função de sua "poética sincrônica" ou "presente de produção", a operação se valida heuristicamente, como invenção poética. Os mesmos procedimentos, deglutidos oswaldianamente, via interpretação da Antropofagia Cultural e do Tropicalismo, que entifica Gregório de Matos como "precursor", contudo, embora possam ter algum valor de analogia na descrição do experimental da neovanguarda com a agudeza engenhosa, que aproxima e funde conceitos distantes, ou de argumentação na concorrência mercadológica da vanguarda perene contra o não menos perene stalinismo do realismo socialista, são evidentemente a-históricos, não podendo ter a mínima pretensão de interpretação histórica". 
HANSEN, J. A. "Um nome por fazer". In: A sátira e o engenho. São Paulo, Campinas: Ateliê Editorial, Ed. UNICAMP, 2004, p. 32-33.

Sintam-se à vontade para comentar e expandir a discussão.

Até mais!

terça-feira, 9 de abril de 2013

INSTRUÇÕES PARA PARTICIPAÇÃO NO BLOGUE

Caros/as alunos/as, Como está indicado no programa do curso, a participação nas discussões em sala responderá por 25% da nota final. Em complemento a isso, até o final do semetre cada aluno deverá fazer dois comentários de textos, aqui no blogue do curso. Um dos comentários deverá ser sobre um dos textos do "Roteiro de leituras" ou dos "Textos de referência/leituras complementares" referentes à parte 2 (produção do século XVII). O outro comentário, sobre qualquer dos textos referentes à parte 3 (produção do século XVIII). Sugiro que os comentários tenham em torno de 15 linhas e façam alguma observação e/ou apresentam alguma questão sobre o texto escolhido. Relações com outros textos lidos anteriormente no curso serão muito bem-vindas. A ideia é que vocês tragam contribuições para as discussões que serão feitas em sala. Peço que os comentários relativos aos textos a serem discutidos na quinta e na sexta-feira de uma determinada semana sejam incluídos até às 12h da quarta-feira anterior às aulas. A discussão sobre qualquer texto ou tópico estará sempre aberta, mas, para efeito de avaliação, não serão considerados os comentários incluídos fora desses prazos. Por favor, assinem seus comentários e incluam o número USP. Essa atividade começará na próxima sexta-feira, 12 de abril. Conversaremos mais sobre isso na quinta-feira. Até lá!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

PROGRAMA DO CURSO

O programa do curso está disponível em: https://www.dropbox.com/s/23f3odvch8u1ppi/Programa%20Literatura%20Brasileira%20V%202013%20dropbox.pdf?m

BEM-VINDOS!

Bem-vindos ao blogue do curso de Literatura Brasileira V, ministrado pelo Prof. Dr. Hélio de Seixas Guimarães no 1o semestre de 2013 na FFLCH/USP. Aqui você encontrará avisos, material de apoio para as aulas, links de interesse para o curso etc.